Desde o início do mês de janeiro, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), por meio da equipe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV), realiza ações de defesa sanitária vegetal que visam a prevenção, controle e erradicação da Ferrugem Asiática nas lavouras de soja de Mato Grosso do Sul.
Segundo o chefe da DDSV, Filipe Portocarrero, o trabalho é baseado na fiscalização das propriedades produtoras de soja, onde a equipe verifica o cumprimento do calendário de semeadura e da restrição do cultivo soja em sucessão à cultura de soja.
Além de fiscalizar, os profissionais orientam os produtores sobre a obrigatoriedade do monitoramento adequado para detecção da doença e o seu controle químico ou biológico.
O trabalho da Agência, que envolve 13 fiscais estaduais agropecuários e é realizado em propriedades produtoras de soja dos municípios de Amambaí, Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista, Bonito, Dourados, Caarapó, Itaporã, Itaquirai, Jardim, Laguna Carapã, Maracaju, Naviraí, Ponta Porã, Rio Brilhante e Sidrolândia está programado para ser concluído no mês de março.
Em forma de alerta, Filipe destaca a importância do monitoramento constante, comunicação da detecção da ferrugem asiática e manejo adequado para eliminação, classificando as ações como sendo fundamentais para que o Estado permaneça tendo total controle sobre a doença. “Além de monitorar o produtor tem ainda a obrigação, se necessário, de realizar o manejo adequado da doença com aplicações dos defensivos recomendados”, completa.
Ele observa que a Iagro deve ser avisada ainda sobre lavouras de soja que não estejam sendo monitoradas, lavouras onde se percebe elevada infestação ou que estejam abandonadas através do 0800 647 2788.
Ferrugem Asiática
Em Mato Grosso do Sul, a ferrugem asiática, considerada uma das doenças mais severas que incidem na soja, está sob controle.
Podendo ocorrer em qualquer estágio fenológico da cultura, o principal dano ocasionado pela ferrugem é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade. Os primeiros sintomas da ferrugem se iniciam pelo terço inferior da planta e aparecem como minúsculas pontuações (no máximo 1 mm de diâmetro) mais escuras que o tecido sadio da folha, com coloração esverdeada a cinza-esverdeada.
A confirmação da ferrugem é feita pela constatação, no verso da folha de saliências semelhantes a pequenas feridas ou bolhas, que correspondem às estruturas de reprodução do fungo (urédias). Essa observação é facilitada com a utilização de uma lupa de 20 a 30 aumentos, ou sob um microscópio estereoscópico. Com o passar do tempo, as folhas infectadas pelo fungo tornam-se amarelas e caem.
Manejo
O monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da soja é muito importante para que o produtor possa iniciar o controle químico com fungicidas logo após o aparecimento dos primeiros sintomas ou preventivamente. O controle preventivo deve levar em conta os fatores necessários à ocorrência da ferrugem (presença do fungo na região, idade da planta e condição climática favorável), a logística de aplicação (disponibilidade de equipamentos e tamanho da propriedade), a presença de outras doenças e o custo do controle.
Dentro do manejo de doenças, é importante que se faça a rotação de fungicidas, alterando o princípio ativo do fungicida aplicado a cada pulverização. Desta forma consegue-se preservar a eficiência dos fungicidas por um número maior de safras, se reduz o surgimento de resistência do fungo às moléculas e fica garantido um manejo químico mais efetivo. Esta prática deve ser adotada por todos os produtores de soja para a manutenção do manejo sustentável da ferrugem da soja, com menor impacto financeiro e ambiental.
A decisão do momento da aplicação do fungicida é técnica e passa pela avaliação das condições climáticas, da presença do fungo na região, além de outros fatores. A escolha do produto tem relação com a forma de aplicação e o tamanho da lavoura. Por isso, é interessante que o produtor procure se informar junto a órgãos e entidades que compõem o Consórcio Antiferrugem.
*ms.gov.br