A garantia de tratamento na rede pública de saúde foi responsável por reduzir em 16% os casos de infecção pelo vírus HIV nos últimos quatro anos em todo o Brasil. Além disso, em 2017, o País registrou a maior queda da mortalidade após a introdução do coquetel, em 1995. Os números constam no novo Boletim Epidemiológico apresentado pelo Ministério da Saúde, nesta terça-feira (27), durante cerimônia da campanha que celebra 30 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids.
“Esse é um momento de comemorar as conquistas, avanços no tratamento e redução de óbitos, mas também de refletir e trabalhar pela conscientização. Precisamos pensar em como vamos avançar a partir daqui. A prevenção é o grande segredo para a melhoria da saúde da população brasileira”, afirmou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
Durante o lançamento da campanha, o secretário de vigilância em saúde do ministério, Osnei Okumoto, anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer, a partir de 2019, o autoteste para detecção do vírus HIV. Em um primeiro momento, serão disponibilizados 400 mil autotestes nas unidades de saúde que já oferecem teste rápido. O Ministério da Saúde realizou projeto-piloto de distribuição em algumas cidades. Atualmente, apenas a rede privada de saúde disponibiliza autotestes.
Resultado positivo
De 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de Aids no Brasil, um registro anual de 40 mil novos casos. Em 2012, a taxa de detecção da doença era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3, queda de 15,7%. Em quatro anos também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela doença, passando de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017.
Bebês recém-nascidos, que podem ser infectados por mães portadoras do HIV, também estão mais protegidos. Nos últimos sete anos, houve uma redução de 56% nos casos de contaminação das crianças expostas. O aumento da testagem na Rede Cegonha contribuiu para a conquista. “A participação do grupo multiprofissional dentro dos municípios é importante para que a gente tenha o tratamento dessas mães pacientes e a realização de partos cesarianas, para que não haja transmissão do vírus para recém-nascidos”, destaca Okumoto.
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