O fluxo do transporte de insumos e mercadorias no país aos poucos volta ao normal após o governo federal atender algumas reivindicações dos caminhoneiros, mas os Municípios ainda sofrem com os efeitos da falta de combustível. A população das cidades que decretaram situação de emergência em razão do movimento grevista convive com o desabastecimento e prejuízos em setores fundamentais para a economia local.
A cidade pernambucana de Pesqueira vivencia essas dificuldades e foi mais uma que decretou situação de emergência. A prefeita do Município, Maria José Tenório, relatou que a escassez de combustíveis comprometeu a produção local e enumerou os danos. “Tivemos um prejuízo significativo que abalou a cidade toda. A nossa economia é baseada na agricultura e na pecuária. Os problemas na área de hortifrutigranjeiros são intensos. Também vivenciamos a falta de gás de cozinha”, contou a gestora.
No Município de Porto Nacional, em Tocantins, além da interrupção no fornecimento de gás de cozinha, as crianças que moram na zona rural estão isoladas e sem condições de frequentarem a escola. A informação foi transmitida pelo prefeito Joaquim Neto. “Foram semanas difíceis. Ainda está faltando gás de cozinha. Desde o início da paralisação, não houve a reposição do estoque. O transporte escolar também foi interrompido por não ter combustível. Agora precisamos ver os impactos no Município”, revelou.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) tem atualizado diariamente no Observatório da crise de abastecimento nos Municípios informações sobre os reflexos da greve dos caminhoneiros nas cidades brasileiras. Os dados da plataforma são fornecidos pelas prefeituras de forma online. A entidade disponibilizou no Observatório um relatório onde apresenta aspectos relacionados ao número de Municípios que decretaram situação de emergência em razão da crise, as principais restrições vivenciadas nas cidades brasileiras e publicado diariamente notícias sobre a greve.
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