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A expansão da internet e a facilidade de acesso a informações podem contribuir também com a redução do uso de álcool e drogas em um futuro próximo, conforme indica pesquisa do Repórter Unesp – conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (USP). O texto Uma geração que já nasceu conectada e mais informada, divulgado no site do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), destacou o levantamento que mostra uma tendência de uso habitual de drogas entre jovens.

As substâncias lícitas e ilícitas estão mais presentes no cotidiano de jovens e adultos com faixa etária entre 20 e 39 anos. De acordo com a pesquisa, feita com de 345 pessoas, apenas 10,5% disseram não consumir nenhum tipo de bebida alcóolica e outros 33,5% afirmaram nunca ter usado nenhum tipo de droga ilícita. Os dados mostraram ainda que o consumo está mais presente entre a população jovem, com forte influência do contexto histórico e sociocultural, em suas diversas formas de representação.

Ainda segundo a pesquisa, a maconha é a droga mais consumida pelos brasileiros, o que explica a mobilização entre grupos da sociedade civil a favor da legalização e do comércio, a exemplo da Marcha da maconha. Compreendida como a porta de entrada das drogas ilícitas, a droga foi durante muito tempo considerada a grande vilã. Mas, hoje, já se reconhece o seu benefício em tratamentos de saúde.

Comportamento

Os especialistas ouvidos pela publicação sinalizam que o acesso à internet e a maior veiculação de informações sobre os problemas causados pela dependência química, seja de ordem social, econômica e/ou de saúde pública, pode ter forte influência na mudança de hábitos comportamentais que causam intenso uso de drogas na atualidade.

Apesar de os dados indicarem consumo considerável de drogas entre os brasileiros, o psiquiatra e pesquisador do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, Guilherme Kortas, acredita que os dados atuais apontam para o comportamento moderado dos jovens em relação ao álcool. “O antigo hábito de beber se tornou uma prática mal vista por uma geração que se acostumou a ter a sua imagem exposta nas redes sociais”, afirmou.

Perigo

Kortas ressaltou que os perigos da relação abusiva, com quaisquer dos psicoativos, estão além da dependência em si, isso por serem responsáveis pelo acometimento de outros 200 tipos de doenças, dentre as quais a cirrose e o câncer.

Em contrapartida, as razões para a manutenção do uso entre os jovens são diversas e a maioria já teve experiência excedente de consumo. Nesse sentido, a psicóloga que trabalhou com dependentes químicos em situação de rua, Letícia Fava, aponta para alguns fatores motivacionais, como: fuga de problemas e situações de conflito e/ou dor; falta de perspectiva de vida; abandono e relações de violência familiar; necessidade de pertencimento a um grupo social; e busca por novas experiências.

*Com informações do Centro de informações sobre saúde e álcool

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