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O Governo do Estado está investindo R$ 3.275.460,00 na realização da última etapa do Zoneamento Agroecológico de Mato Grosso do Sul (ZAE-MS) – um dos quatro projetos estruturantes de fomento ao agronegócio sul-mato-grossense apresentados na semana passada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

O segundo termo aditivo ao Convênio de Cooperação Técnica e Financeira para realização do estudo foi assinado pelo secretário da pasta, Jaime Verruck; o diretor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Oliveira Soares; e a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Solos, Petula Ponciano Nascimento.

O objetivo é fazer o mapeamento do solo de toda a extensão territorial sul-mato-grossense, permitindo a indicação das culturas mais apropriadas de cada região e subsidiando políticas públicas de desenvolvimento sustentável. O investimento é realizado com recursos do Fundo de Desenvolvimento das Culturas do Milho e da Soja de Mato Grosso do Sul (Fundems), gerido pela Semagro.

“Agora, numa escala de precisão de 30 cm, com mapeamento digital, mais robustez e suportado por uma base de dados que o Estado já possui, nós vamos concluir o ZAE. Poucos estados têm uma base de dados para a caracterização de superfície de solo em escala de 30 cm. É um grau e precisão fantástico e um patrimônio para o futuro com um valor inestimável. Será em cima dessas bases que Agraer [Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural], Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] e Uems [Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul], vão caracterizar e ampliar essa segunda fase do ZAE e a análise de 46 municípios na Bacia do Paraná”, comentou Cleber Soares.

Nesta etapa, serão mapeados 46 municípios localizados na Bacia do rio Paraná e que correspondem à área 142.500 quilômetros quadrados, quase a metade do território do Estado. Nas duas etapas anteriores o mapeamento foi feito em 33 cidades da Bacia do rio Paraguai, nas quais foram apuradas as aptidões agrícolas de cada região e produzidos três mil páginas de estudos técnicos e mais de 600 mapas.

“Essa terceira fase, na Bacia do Paraná, onde temos um problema de erosão muito complexo, vai permitir, por exemplo, fazer programas mais adequados de conservação de microbacias. Por isso, a importância de um projeto estruturante como esse, para proteger o solo, fazer o zoneamento adequado, estabelecer aptidões e restrições nesse solo para que a gente consiga ter um planejamento de longo prazo na produção agrícola”, afirmou Jaime Verruck.

 

Possibilidades do ZAE

Na apresentação sobre o ZAE-MS, o pesquisador da Embrapa Solos, Silvio Behring ressaltou que, com o zoneamento, será possível orientar o uso sustentável da terra, dando opções ao agricultor e facilitando o planejamento. O levantamento permitirá visualizar as áreas de maior potencial para recursos naturais e as áreas de maior restrição ambiental. Este zoneamento, na escala 1:100.000, vai reunir informações sobre as áreas passíveis de exploração agrícola sustentável para 17 culturas entre grãos, frutíferas, agroenergéticas e florestais, considerando os aspectos legais, as restrições ambientais, os solos dominantes, o potencial das culturas, as condições climáticas, além dos aspectos geoambientais da paisagem. Permite o planejamento de uso e ocupação das terras de forma sustentável e a diversificação da exploração agrícola no Estado.

Adicionalmente, será gerado um amplo acervo de dados e informações ambientais, em particular de solos, com o mapeamento na escala 1:100.000, a ser disponibilizado à sociedade. Merecem destaque neste projeto o seu pioneirismo na adoção plena de tecnologias de mapeamento digital de solos, na Interpretação do Potencial das Terras do Estado para Agricultura Irrigada, a sua plena inserção no âmbito do Programa Nacional de Solos do Brasil, PronaSolos, uma política de mapeamento estratégico de solos para planejamento de uso e conservação dos solos do Brasil, além do forte viés de capacitação de recursos humanos e na transferência de tecnologia.

Ao final da apresentação, um quadro com a imagem da área da cidade de Bonito, que já foi mapeada na primeira etapa do ZAE, foi entregue à Prefeitura do município.

A execução do ZAE é da Embrapa Solos, com a parceira técnica da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados), Embrapa Gado de Corte (Campo Grande), além da própria Semagro e da Agraer. A previsão é que, com o início da terceira etapa, neste ano, os estudos sejam concluídos em 2021.

*ms.gov.br

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