Nova publicação da Confederação Nacional de Municípios (CNM) lançada durante o 8º Fórum Mundial da Água, de 19 e 22 de março, está disponível para download em formato digital. A cartilha Águas no Brasil Perspectivas e desafios municipais menciona a legislação atual que rege a gestão dos recursos hídricos, e mostra os desafios dos governos locais, principalmente com a redução de recursos de áreas fundamentais, como saneamento básico.
“Considerando a importância da água para a vida no planeta, a CNM abordou temas aos quais os gestores locais devem dedicar especial atenção, que vão desde as mudanças climáticas à escassez de programas e de financiamento público para o abastecimento de água potável”, destaca o presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, na carta de apresentação da cartilha.
Para o líder municipalista, a gestão dos recursos hídricos é um dos mais complexos desafios locais, uma vez que exige planejamento e ações que transcendem os limites municipais. Um exemplo da afirmação foi mencionado por ele durante sua participação no Fórum, em que a publicação foi distribuída, a inseparável junção entre gestão da água e saneamento.
Nesse aspecto, Ziulkoski tem alertado: “se o nível de investimento para universalizar o saneamento se mantiver no patamar dos últimos anos, o Brasil levará mais de cem anos para vencer essa demanda”. Além disso, a cartilha alerta, logo nas primeiras páginas, que até 2030 o planeta deve enfrentar um déficit de água de 40%. Essa estimativa só não irá se concretizar se houver uma mudança drástica na gestão, em todos os níveis e aspectos.
“A água é um recurso indispensável para as principais atividades econômicas”, destaca a cartilha. E diante da realidade dos números, a publicação da CNM evidencia que independentemente do porte populacional ou da localização do Município, o gestor terá de planejar o desenvolvimento municipal, em médio e longo prazo, considerando diferentes cenários de disponibilidade hídrica.
Dentre as recomendações da entidade aos gestores destacam-se: novas formas de financiar ações em saneamento e preservação de recursos hídricos; e parcerias com terceiro setor, cooperação internacional, fundos estaduais e internacionais são algumas das possibilidades. A cartilha traz outras informações relevantes para o planejamento local, com dados atuais e boas práticas em gestão de recursos hídricos.